segunda-feira, 21 de abril de 2014

Imagem do dia:

http://24.media.tumblr.com/tumblr_m5macrg1Q41qmshlbo1_500.jpg

"Sua primeira família é de sangue, e você sempre vai ser leal a ela, o que não é pouco. Mas há outra família aquela você busca e encontra. Às vezes até por acaso. E sua relação com ela é tão visceral quanto com a de sangue. Talvez até mais, porque eles não o procuram e não o amam por obrigação. Fazem isso por livre escolha." The Given Day - Dennis Lehane





quinta-feira, 17 de abril de 2014

O Cardume - Frank Schatzing (Resenha)




(Coloquei a capa e titulo original da Alemanha, no Brasil a editora fez uma capa horrível.)




"Para o ecossistema Terra, até agora essa bizarra aparência marginal improvável chamada homem acrescentou apenas uma coisa…. um monte de problemas." Frank Schätzing


O ser Humano é mesmo a espécie dominante do planeta? Somos o resultado de algum desenvolvimento progressista da natureza? Somos a espécie com mais sucesso na árvore filogenetica da evolução? Qual nossa importância na teia da vida? São esses e outros pontos da relação do ser humano e natureza, do valor de nossas vidas que o autor alemão Frank Schatzing (considerado por muitos um Michael Crichton da Alemanha) aborda no best seller científico “O Cardume", um livro onde a história não é apenas um entretenimento.


"A existência do homem é uma coincidência. Somos o resultado de um feliz acaso cósmico. Foram condições naturais favoráveis que possibilitaram o nosso surgimento, não a lógica.

Trate de cair na realidade Jack, somos apenas um pequeno grupo da espécie dos mamíferos que ainda não ficou marcada como sucesso na evolução. Se existe um Deus, e se for um Deus inteligente, então não somos a sua obra-prima, mas apenas uma variante que sobreviverá apenas caso se conscientize do seu papel como variante."


A história é uma verdadeira viagem de conhecimento pelos mares e litorais do Peru, Noruega, França, EUA, Canadá, Japão entre outros países. O uso abusivo das atividades humanas nos mares é o estopim para que a natureza mostre seu lado fascinante e no mesmo tempo cruel e o caos entra em pleno funcionamento quando algo muito estranho começa a afetar a vida marinha e consequentemente a vida humana. Basta lembrar que o ser humano depende altamente dos mares, principalmente economicamente, com a pesca, a exploração de petróleo, o transporte de cargas pelas rotas marítimas. Os maress tão importantes economicamente, são depósitos de esgoto de várias cidades, o que ameaça toda biodiversidade que vive ao redor.





Edição americana


Outro fato bastante interessante é o fato do autor convidar para explorar as regiões abissais poucas exploradas, dizem que sabemos mais sobre o espaço sideral do que sobre o oceano. De fato,
no espaço, a nossa movimentação e visão é melhor do que nos mares. Por exemplo, o telescópio Hubble vê galáxias desconhecidas sem nenhum tipo de problemas. Enquanto que nem os faróis com as luzes mais fortes e nem a luz do sol   nos permitem reconhecer o mundo debaixo d'água

Um homem com uma roupa espacial consegue mover-se livremente em quase todo o espaço, mas um mergulhador mesmo com uma roupa de mergulho adequada e de alta tecnologia é espremido a partir de uma certa profundidade. Outros exemplos de tecnologia submarina como Submarinos, AUV e ROY todos eles funcionam apenas em certas condições o que dificulta a exploração de nossos oceanos.

"A natureza não conhecia a média e não seguia as estatísticas. Ela era uma sequencia de estados momentos e situações extremas incalculáveis."


A leitura de “O Cardume" não decepciona em nenhum momento, é obrigatória, não se assuste com o grande número de páginas são mais de 900, mas ricas em conhecimento nas áreas de biologia marinha, biologia molecular, microbiologia, geologia entre outras... quando termina você deseja mais. Um fator que gostei bastante foi o autor abordar a biologia comportamental da orca, animal pelo qual sou fascinado e ainda penso futuramente porque não estudar.

 Não gosto de fazer resenhas sobre livros em que a leitura foi excelente, por isso paro por aqui.

P.S: No meio de todos o caos da história, existe um romance =)

P.S 2: Em relação a capa, a medida que fui lendo o livro vi logo que o titulo e a capa não tem nada a ver com história, malditos editores brasileiros.
Capa brasileira como se os editores estivessem avisando "durma com isso agora, hue br br" 


image 

 (Capa portuguesa, fiel a original alemã)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Os Subúrbios de Boston Parte II: Paciente 67



“Você não vai conseguir sair daqui. Agora é um dos nossos”

Na primeira parte de “Os Subúrbios de Boston” falei um pouco sobre o autor Dennis Lehane. Nessa segunda parte vou falar sobre um de seus livros, Paciente 67. Escolhi começar por essa obra porque foi o primeiro livro de Lehane que tive a oportunidade de ler, que tem como título original “Shutter Island”, no Brasil há duas edições “Paciente 67” (prefiro esse) e “Ilha do Medo”ambas publicadas pela editora Companhia das Letras. Essa segunda edição saiu em 2010 devido a adaptação para o cinema,  produzido por Martin Scorsese. O filme conseguiu ser bastante fiel ao livro, Scorsese não deixou escapar nada!

1ª Edição.
Paciente 67
2ª Edição


Enfim, vamos ao que realmente interessa, a história.

Sinopse:
No verão de 1954, os xerifes Teddy Daniels e Chuck Aule chegam a Shutter Island para investigar a fuga de uma interna do Hospital Psiquiátrico Aschecliffe. Sem deixar vestígios, a assassina Rachel Solando escapou de um quarto vigiado e trancado à chave. O desaparecimento levanta uma série de suspeitas. Surgem rumores de que uma abordagem violenta da psiquiatria seria lá praticada.

Teddy Daniels protagonista da história, é um agente federal vive cercado pelas suas feridas de guerras, lembranças horríveis da época que foi soldado. E como se isso não fosse o suficiente, lembranças de sua mulher (mulheres... sempre elas) que o perturbam intensamente ao decorrer da história.





História que se passa em uma ilha onde é localizado um manicômio com paciente perigosos e com um clima de bastante melancolia , Lehane desta vez não foi aos subúrbios de Boston. Mas nem por isso Boston deixa ser citada, Teddy Daniels morava em Boston.

É nessa ilha que a implacável dupla investigadores Teddy  Daniels  e Chuck Aule vão tentar encontrar uma paciente muito perigosa Rachel Solando, que misteriosamente fugiu da ilha.  Porém a verdadeira intenção do xerife Teddy Daniels é encontrar  e prestar contar com o assassino de sua esposa que também está na ilha, porém em outro bloco do manicômio.  Logo segredos vão sendo revelados de uma forma inesperada, e Teddy Daniels  ver que nada é o que parece ser.

O xerifão só vai ter dois caminhos, ou o caminho da mentira…..ou o da verdade, no final meu caro leitor, você é que fica perturbado pelos pensamentos do passado de Daniels “qual seria o melhor caminho?" o da mentira, ou o da verdade...


Um pouco sobre a brevidade da vida...

"Pobre daquele que, cansado mais de viver do que de trabalhar, sucumbe às suas próprias ocupações." Sobre a brevidade da vida - Lúcio Sêneca


Para um estagiário e estudante de uma universidade  a rotina de trabalhos, artigos e mais artigos para leitura e publicação, hipóteses e mais hipóteses para serem testadas é pesada. Quando temos nosso tempo livre... longe dos laboratórios e salas de aulas dedicamos o tempo também para mais leitura e publicação de artigos, só nas férias conseguimos um descanso.

Até hoje duas frases do livro "Mundo Perdido" do escritor norte americano Michael Crichton não sai da minha cabeça:

"amigos cientistas e matemáticos eram realmente doidos. Pelo menos pareciam doidos para ela. Tinham uma expressão tão distante, sempre ocupados com suas provas. Páginas e páginas de provas, centenas às vezes. Era tudo tão abstrato para ela. Sarah Harding gostava de tocar a terra, ver os animais, sentir os sons e os cheiros. Isso era real para ela. Tudo o mais não passava de teorias, possivelmente certas, possivelmente erradas."


Frase dita pela personagem bióloga Sarah, especialista em hienas.

Claro que aprender a ciência logo após por em pratica é necessário e também muito bom, mas chega uma hora que sua mente pede uma pausa e é necessário aproveitar a simplicidade da vida, principalmente a natureza.

E a segunda frase que concordo em partes, dita por um outro personagem o qual nome não me recordo bem e que com certeza não era cientista:

"teorias não passam de fantasia: que você não pode trazer um fóton ou um elétron numa bandeja. Por outro lado, o sol, a brisa e o mar são reais, e são eles que devem ser aproveitados."


Sou admirador de Sarah (a mulher ideal para muitos biologos) com ela é foda-se as teorias... o negocio é dedicar mais a observação e apreciação da natureza.

headlikeanorange:

Jumping spider (North America - Discovery Channel)

terça-feira, 15 de abril de 2014

I'm going to Alaska!



Em fevereiro de 2011 estava navegando pela internet….procurando por livros para ler, até achar o livro ” Na Natureza Selvagem ” a sinopse no inicio não me impressionou em nada, porém nas criticas o livro era só elogio…resolvi comprar.

Quando eu vi valor, uns 50 conto se não me engano pensei logo em desistir de comprar. Pedi para trazer o livro, e assim que peguei nele.. veio logo na cabeça, “tenho que comprar essa porra” e desde desse dia não me arrependo da compra adquirida.

(A partir daqui é spoiler) Enfim, é uma leitura boa  rica em detalhes, muito bem escrita pelo autor Jon Krakauer, muitas vezes até com um pouco de humor e cheia de sentimentos, com uma entrega pessoal do autor que poucas vezes dá certo em investigações jornalísticas. Segui acompanhando os passos e as aventuras de um jovem chamado Christopher McCandless que após concluir o curso de direito, resolve ter o estilo de vida que sempre sonhou, na natureza selvagem, sozinho... longe do caos que é nossa sociedade.

 
Muitos acham que Chris era um  um maluco, um idiota, um herói, uma criança ( não concordo com nenhum ) essa é opinião de pessoas que  não leram o livro ou não assistiram o filme todo e não entenderam a mensagem.  Pensam que sabem sobre sua vida errante, mas nunca pensaram que ele tinha a indignação,  era puro em seus pensamentos. Na minha modesta opinião ele era um cara honesto consigo mesmo, um cara que preferiu viver dois anos como se fosse cem ao invés de viver cem anos como se fosse dois, pagando seu preço, mas também recebendo um pagamento que poucos conhecem.  Poucos sabem o que ele realmente queria, e poucos tem a vontade de fazer o que ele fez e ter sua coragem. 

Me identifico com o Alex Supertramp, (ele muda de nome para Alex Supertramp – “Super Vagabundo”) com a famosa frase “I now Walk Into the Wild” na cabeça.  Penso como Alex, a partir da idéia de sair, fugir da vida monótona. Quando estou em contanto com a natureza, com seus sons e cheiros, a terra suja, os animais….. me sinto mais forte, é bom se avaliar uma vez na vida. Se encontrar pelo menos uma vez na mais antiga condição humana é algo inexplicável e como diria Eddie Vedder na música Guaranteed "I ask silently All my destinations will accept the one that's me"("me pergunto silenciosamente se todos meus destinos aceitarão aquele que eu sou").

No meio de sua jornada Alex conquista a amizade de pessoas incríveis e simples, conquista também o coração de uma jovem. Mas na minha opinião a pessoa mais marcou a vida de Alex foi  Ron Franz um homem idoso que perdeu sua esposa e filho e em um acidente de carro. Ele conhece Alex ao dar carona para o jovem, e ao passar cada fez mais tempo juntos,  Ron descobri o quanto Alex é uma pessoa especial ao ponto de ter por ele o mesmo sentimento de um filho. A despedida dos dois é o momento mais emocionante.

Alex até manda uma carta para Ron:

“Gostaria de repetir o conselho que lhe dei antes: você deveria promover uma mudança radical em seu estilo de vida e fazer corajosamente coisas em que talvez nunca tenha pensado, ou que fosse hesitante demais para tentar.
Tanta gente vive em circunstâncias infelizes e, contudo, não toma a iniciativa de mudar sua situação porque está condicionada a uma vida de segurança, conformismo e conservadorismo, tudo isso parece dar paz de espírito, mas na realidade nada é mais maléfico para o espírito do homem que um futuro seguro.
A coisa mais essencial do espírito vivo de um homem é sua paixão pela aventura. A alegria da vida vem de nossos encontros com novas experiências [...]
Você está errado se acha que a alegria emana somente ou principalmente das relações humanas. Deus a distribuiu em toda a nossa volta. Está em tudo ou em qualquer coisa que possamos experimentar. Só temos de ter a coragem de dar as costas para nosso estilo de vida habitual e nos comprometer com um modo de vida não-convencional.
O que quero dizer é que você não precisa de mim ou de qualquer outra pessoa para pôr esse novo tipo de luz em sua vida. Ele está simplesmente esperando que você o pegue e tudo que tem a fazer é estender os braços. A única pessoa com quem você está lutando é com você mesmo [...]
Espero que na próxima vez que eu o encontrar você seja um homem novo, com uma grande quantidade de novas experiências na bagagem. Não hesite nem se permita dar desculpas. Simplesmente saia e faça. Você ficará muito, muito contente por ter feito.”


Quando chega em seu destino a felicidade de Alex é imensa, logo encontra um local onde ele iria passa os últimos momentos de sua vida, um ônibus enferrujado que Alex resolvi chamar de "Magic Bus 142". 


 

Ao passar do tempo ele descobri que a felicidade só é completa quando compartilhada, e a alegria dá lugar ao o desespero. Infelizmente por um erro infeliz, Alex termina morrendo, mas deixando um legado incalculável, tornando-se uma lenda para muitos. Lembrei da música de Legião Urbana (Love in the Afternoon) onde Renato Russo canta “É tão estranho, os bons morrem jovens…”. não é só a morte, no entanto, que atinge de forma mais rápida os bons: aparentemente, as provações mais difíceis parecem ter um curso natural, o qual invariavelmente atinge os corretos, os íntegros, os justos, os honestos =/

É muito bom adquirir a simplicidade, os sentimentos nativos e as virtudes da vida selvagem, jogar fora os hábitos artificiais, preconceitos e imperfeições da civilização moderna, e encontrar em meio à solidão (ou não) a grandeza selvagem, visões mais corretas da verdadeira natureza. A natureza é um planeta fora de vista, e nossa sociedade ainda não sabe disso.

Você mesmo, sempre pensa que você tem que querer mais do que precisa, tão cheio das coisa do seu trabalho que esquece até das pessoas que lhe amam e estão sempre ali ao seu lado. Como diria Eddie Vedder novamente na letra de Guarantted  "Half their lives, they say goodnight to wives they'll never know" (Metade dos homens, dizem boa noite para esposas que nunca conheceram de verdade). 


Espero repetir o caminho de Chris no Alaska, mas é claro que vou informar a todos, e levar os devidos procedimentos,  levo na bagagem os ensinamento de Bear Grylls do seriado Man vs Wild.

Enfim…. temos também o filme adaptado fielmente por Sean Penn, com uma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos, composta por Eddie Vedder especialmente para o filme (como já foi mencionado nesse post). Todas a s músicas são espetaculares.

Assista, mas tome cuidado para não ficar “maluco” no final e resolver fugir de casa e ir para o Alaska! XD

Saudações de Fairbanks!!!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O mar em arte

Para mim sempre tem algo de especial em pinturas de arte que retratam o oceano...

“Wellpark rescue” – A. Cumming 



“Moonlit” – Thomas Moran



The Big Fish” – Julio Larraz




Sunset in Mid Ocean” – Thomas Moran




 "Adieu” – Alfred Guillou







 “Thunderstorm on Narragansett Bay” – Martin Johnson Heade


Todos via: http://papodehomem.com.br/aprendendo-a-enxergar-40-pinturas-que-tornam-o-mundo-um-lugar-fantastico/

domingo, 13 de abril de 2014

Ahhh universo, sou louco por te contemplar?


"O número total de estrelas no universo, é maior do que o número de todos os grãos de areia em todas as praias do planeta Terra" Carl Sagan.

Por essa e outras frases meu fascínio pela astronomia (por favor não confunda astronomia com astrologia.) cresce cada vez mais. O universo e seus números são infinitamente fascinante, várias vezes paro um pouco do que estou fazendo e resolvo dar uma olhada nas estrelas, é algo que não só me fascina, mas também me prende. Seja na janela do ônibus, do carro, ou em casa penso "Neste exato momento, quantas pessoas, além de mim, terão reparado nessa estrela, ou na lua?". Acho que quem me ver parado por minutos olhando o céu estrelado pensa logo que sou um louco. Prefiro pensar que sou um estranho em uma terra estranha.


Edmund Way escreveu em seu livro “Circle of the seasons” que não é loucura ou condenável querer saber de algo, desde de que essa coisa nos dê prazer. Prazer, é isso que sinto ao olhar as milhares estrelas no céu, saber que ao olhar para elas é estar olhando para nossa origem, sim somos feitos da poeira delas. Por isso descobrir cada vez mais e mais sobre o universo não é uma loucura, e sim um prazer que poucos conhecem.


O motivo de poucos conhecerem nosso fascinante universo vai desde do desinteresse da pessoa, até a pseudociência (astrologia por exemplo) que através de respostas fracas sem nenhum tipo de sustentação, com mentiras que enganam boa parte da sociedade e que impedem que o verdadeiro conhecimento seja compartilhado.

Recentemente achei esse site, com cursos gratis, é só se cadastrar e apreciar cada aula sem moderação. Inclusive tem cursos na área de astronomia >>> Universidade de Yale: Curso Fronteiras/Controvérsias na Astrofísica: Introdução infelizmente só a primeira aula é legendada, mas vale a pena continuar no curso.